sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

...qUEM SOMOs...

...sANDRA COELHo...
Dedico-me a várias actividades.
Em Maio de 2008, comecei a colaborar com  Rosa Pomar na execução dos seus conhecidos bonecos. Em Novembro de 2009, acompanhei-a na inauguração da sua loja/atelier  RetROSAria, onde são leccionados workshops de lavores.
Em 2007, fiz uma breve colaboração no atelier “Era uma vez...” de Julieta Franco, onde reaprendi com verdadeiras profissionais os fazeres de mãos.
Este ano realizei ateliers de pompons de lã e origamis para crianças do ensino básico na escola Sylvia Philips e no ATL Club Junior, em Carnaxide.
Aos 17 anos fiz a minha primeira boneca.
Desenvolvo um projecto de bonecos de pano que designo de Carminda Pereira, em memória da minha avó materna. Com ela, passei muitos dias ao longo da minha infância e juventude e aprendi o que aplico nestes trabalhos de panos, fios e agulhas.
No entanto, esta é uma herança genética. A minha mãe fez, nos seus tempos livres, os meus vestidos da infância, camisolas de tricot, colchas de renda e lençóis bordados. A minha bisavó Maria tricotava os agasalhos dos bebés da família. E a minha avó Rosa, (...) fez destes saberes o seu sustento.
Apesar de me ter formado e de ter exercido a profissão de arquitecta durante 11 anos, foram estes aFAZERes que me apaziguaram a alma, aqueceram o coração e deram encanto à minha vida familiar. Cada casaco conta uma história, os cortinados, as almofadas, as fantasias de Carnaval, os nomes nas batas e as sacolas.
Há algo muito pessoal e satisfatório em fazermos as nossas coisas. Os elogios e agradecimentos são os mais sentidos.


...eLISABETH FERNANDEs...

Quando eu era pequenina a minha mãe fazia croché, bordados e até fazia camisolas em tricot e colchas de renda a ver televisão. Ela dizia que conseguia e gostava de seguir o programa e trabalhar ao mesmo tempo.
O que para mim era difícil de perceber como era possível. Agora percebo porque também gosto de o fazer. Não consigo estar parada.
A minha mãe fazia os nossos vestidos e retocava as camisas do meu pai. Ela tinha uma sala só dela, para costurar. Essa sala era-nos proibida, com medo que nos aleijássemos. Mas a curiosidade era muito grande...
Sempre gostei de vê-la trabalhar estas artes, até que um dia ela explicou-me as bases do croché e depois, foi com curiosidade, que quis descobrir sozinha os bordados.
Aos 13 anos comecei a fazer uma toalha de croché para pôr na minha futura primeira mesa, mas perdi a vontade quando vi que estava a demorar muito tempo. Uns 5 anos depois, voltei a pegar nessa toalha e acabei-a. Confesso que não a uso, mas tenho muito carinho por ela, um grande orgulho em mim, faz-me lembrar a minha história.
Quando cheguei a Portugal, ocupei os meus tempos fazendo diferentes bordados. Inclusivé, aprendi a fazer meia com uma vizinha. Adoro aprender as diferentes técnicas, aprendo com facilidade e meto mãos à obra.
Foi o nascimento dos meus filhos que me fez costurar, fazendo as fantasias de carnaval. Também não me saí mal. Adorei costurar e permitiu-me dar asas á imaginação.
Este ano, participei, com as outras mães, na produção do guarda-roupa do Ballet II. A Sandra reparou como eu era criativa, autónoma e desembaraçada e convidou-me para a ajudar com as suas bonecas, o que fiz com gosto.
Conforme fomos conversando sobre os conhecimentos e capacidades de cada uma, colocamos a hipótese de darmos uns cursos sobre estas artes que herdamos das mães e avós e que se vêm perdendo. São artes que nos proporcionam pequenos, mas significativos momentos de prazer.


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